brincando
de zeus e vênus
plantei uma conchinha do mar
no teu
umbigo
- mora comigo - o amor nunca é de menos
transcende o sol - e sua luz
atravessa o litoral da santa cruz
afrodite me atirou na tempestade
quando subi a pedra do arpoador
para o salto no abismo
a flor de cactos feriu meus olhos
ali sangrei – matei a morte
santíssima trindade me deu o norte
para ressus citar de novo aqui.
se tesão
é força quântica
duvido do poeta
que nunca amolou a língua
afiou a faca
atirou a pedra
saltou da ponte
para o outro lado da linguagem
duvidodo poeta
que nunca escreveu sagaranagem
explodiu a fala
saltou para dentro do abismo
de qualquer palavra
no poço fundo da voragem
duvido do poeta
que nunca pensou fulinaimagem
não sabe o que é drummundo
nem mergulhou mais fundo
em algum corpopoema
nunca quebrou a meta
na carne da metáfora
duvido do poeta
que nunca arrombou a porta
nem assaltou janela
quem não entortou a linha reta
não sabe quando beta
alpha
não sabe quando alpha beta
terra/mãe
tempestade/temporais
atravesso
a cidade
com
o que me interessa
as
vezes sou sossego
outras
vezes tenho pressa
não
procuro o que não quero
me
abstenho no que faço
me
abstrato quando posso
me
concreto em cada passo
o
compasso é argamassa
o
absinto quando traço
uma
linha nunca reta
da
palavra em descompasso
se
sou torto não importa
em
cada porta risco um ponto
pra
revelar os meus destroços
no
alfabeto do desterro
a
carnadura dos meus ossos
Artur
Gomes
FULINAIMICAMENTE
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