Jura secreta 20
não fosse o amor
essa faca de dois gumes
e o tempo que chove na janela
entre os meus e os olhos dela
alguma face no espelho
e o sangue escorrendo pelas veias
atiçando unhas e músculos
não fosse uma lâmina acesa
entre os corredores do corpo
quando a carne é brasa
e as paredes dessa casa
não separassem mais nada
quando os pulsos saltam das portas
para os porões do mais íntimo
não fosse essa lâmpada esse cálice
esse líquido pela boca tenso
quando entro pelo teu quarto
com tudo aquilo que penso
e transcrevi por e-mails
me mostra os dentes da boca
e a tua cara de louca
Jura secreta 23
a lavra da
pa/lavra quero
a lavra da palavra quero
quando for pluma
mesmo sendo espora
felicidade uma palavra
onde a lavra explora
se é saudade dói mas não demora
e sendo fauna linda como a Flora
lua Luanda vem não vá embora
se for poema fogo do desejo
quando for beijo que seja como agora
a lavra da palavra quero
seja pele pluma
onde Mayara bruma
já me diz espero
saliva na palavra espuma
onde tua lavra é uma
elétrica pulsação de Eros
a dança do teu corpo vero
onde tu alma luna
e o meu corpo empluma
valsa por Laguna em beijos e boleros
encravados entre as coxas
transformou Hollandas
em quintais de vento
reINventou o tempo
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