segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Juras Secretas - 20 21 22 23 24

 


                            Jura secreta 20 

não fosse o amor

essa faca de dois gumes 
e o tempo que chove na janela 
entre os meus e os olhos dela 
alguma face no espelho

e o sangue escorrendo pelas veias 
atiçando unhas e músculos 

não fosse uma lâmina acesa 
entre os corredores do corpo 
quando a carne é brasa

e as paredes dessa casa 
não separassem mais nada 

quando os pulsos saltam das portas 
para os porões do mais íntimo 
não fosse essa lâmpada esse cálice 
esse líquido pela boca tenso 
quando entro pelo teu quarto 
com tudo aquilo  que penso 

 

 Jura secreta 21 


Ana quando a vida não for sacana 
a gente engendra a Sagarana 
e inventra a SagaraNAgem 

não te preocupes Luisa 
com o elo dessa engrenagem 
com a direção do vento norte 

ou se vem do sul esta brisa 
se embaixo em tua camisa 
palpitam dois  seios fortes

que minhas mãos roçam em cheio 
nas cenas que  escrevi

e transcrevi  por e-mails 

 os sonhos que prometeu 

mas que agora não são teus 
eles ficaram por aqui 

 

 Jura secreta 22 

entre/dentes3

olhei para cara do tempo 
ela estava fechada

não me dizia nada 

pensei as SagaraNAgens 
que o tempo fazia comigo 

peguei do tempo o umbigo 
cortei na ponta da faca 
e a tua cara de vaca 
sangrei sem nenhum remorso 
porque isso o tempo não tem 

agora o tempo sorri 
me mostra os dentes da boca 
e a tua cara de louca 
é a minha cara também 

 

 

Jura secreta 23 

a lavra da pa/lavra quero

a lavra da palavra quero 
quando for pluma 
mesmo sendo espora 

felicidade uma palavra 
onde a lavra explora 
se é saudade dói mas não demora 
e sendo fauna linda como a Flora 
lua Luanda vem não vá embora 

se for poema fogo do desejo 
quando for beijo que seja como agora 

a lavra da palavra quero 
seja pele pluma

onde Mayara bruma 
já me diz espero 

saliva na palavra espuma 
onde tua lavra é uma 
elétrica pulsação de Eros 

a dança do teu corpo vero 
onde tu alma luna 
e o meu corpo empluma 
valsa por Laguna em beijos e boleros 

 

Jura secreta 24 

Cezane não pintava flores 
montado em seu cavalo alado 
despeja cores 
no corpo da mulher amada 

com os pincéis 
encravados entre as coxas 
transformou Hollandas 
em quintais de vento 

reINventou o tempo 
na hora de pintar 


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