segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Juras Secretas - 60 61 62 63 64

 


                                   Jura secreta 60

 qualquer palavra eu invento

na carnadura dos ossos

na escriDura do éter

na concretude do vento

na engrenagem da sílaba

vocabulário onde posso

dar nome próprio ao veneno

que tem o Agro Negócio

 

 

Jura Secreta 61

                           pele grafia

 meus lábios em teus ouvidos

flechas netuno cupido

a faca na língua a língua na faca

a febre em patas de vaca

as unhas sujas de Lorca

cebola pré sal com pimenta

tempero sabre de fogo

na tua língua com coentro

qualquer paixão re/invento

 

o corpo/mar quando agita

na preamar arrebenta

espuma esperma semeia

sementes letra por letra

na bruma branca da areia

sem pensar qualquer sentido

grafito em teu corpo despido

poemas na lua cheia

 

 

Juras secreta 62

tenho estado

entre o fio e a navalha

perigosamente – no limite

pulando a cerca da fronteira

entre o teu estado de sítio

e o meu estado de surto

 

só curto a palavra viva

odeio uma língua morta

 

poema que presta é linguagem

pratico a SagaraNAgem

na esquina  da rua torta

 

 Jura secreta 63

 não sei se escrevo tanto

não sei se escrevo tenso
um fio elétrico suspenso

com tanta coisa no Ar
não sei se olho em teu olho
pra encontrar a entrada
da porta da tua casa
onde a palavra estiver
não sei se pinto um Van Gog
ou se escrevo um Baudelaire

 

 

Jura secreta 64

para Celso Borges e Lília Diniz



faz escuro mas eu canto

Thiago de Mello


eu sou quem morre e não deita

Salgado Maranhão


pros meus afins está difícil

por isso esse novo canto

se o dia não amanhecer


Querubins e SerAfins

o que será de Parintins

Bumba-Meu-Boi

o que será ?


Maranhão meu São Luiz

o que será de Imperatriz

do povo/boi o que será

do povo/boi o que vai ser?


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