poética 30
irina quem diria
a sua pele grafia
em minha íris retina
come algas cristalinas
no brumal da maresia
no mar de amaralina
em salvador da bahia
por onde quer que eu vá
que um dia chupei em teu pomar
poética 32
braXília
para Nicholas Bher e Noélia Ribeiro
como pode ser assim
tão enquadrada
eixo por eixo
quadra a quadra
com as linhas abstratas
na argamassa do concreto
como pode ser também
tão feminina
mesmo não sendo mais menina
musa
assim por tantos anos
na arquitetura se completa
e continua
nunca finda
no imaginário
do poeta
poética
33
poética
34
agora que essa paulista
dorme em minha cama de ferro
mordendo meu calcanhar
com suas unhas de concreto
dou um tapa na angélica
ouço tom zé dentro do carro
tiro um sarro na
augusta
nesta noite tropicana
em carNAvalha antecipada
para mim o que é que custa
beber da lira paulistana
ou devorar a paulicea desvairada
?
pra
ser feliz
naquele mar de música
toda meta física
pela tarde quântica
comunhão e prece
no sentido oculto
dos teus olhos raros
onde o poema tece
em teus seios claros
o
amor bem vindo
à
flor da pele lumiar
e a
correnteza tudo leva
o sal
na pele tudo lava
e se
a carga pesa
o
banho descarrega
na gira de ogum à beira-mar
poética 37
fosse o amor não apenas
essa faca de dois gumes
carnavalha vaga-lumes
beijo de uma deusa morta
não poema em linha reta
apontando a linha torta
fosse o amor não apenas
esse poema/punho
ereto
numa estrada semi/morta
não seria eu poeta louc0
a destilar baba saliva
onde o absinto é muito pouco
para a carne crua sempre viva
que se esconde atrás da porta
poética 38
enquanto escavo a seiva
entre o vão das suas coxas
para desfrutar do teu cio
e santificar o nosso ócio
a
selva amazônica perde
mais 200 mil hectares de mata virgem
para as motoserras assassinas
desse venal agro-negócio
poética 39
Artur
Gomes
FULINAIMICAMENTE
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