quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

múltiplas poéticas

Tenho o prazer de informar que BALBÚRDIA 3 receberá um nome de peso: quem acaba de confirmar presença é nada menos que o biógrafo de Leminski, o jornalista Toninho Vaz, autor de "Paulo Leminski - O bandido que sabia latim".

                                  Tchello d´Barros


despautério de torquália

 

nada demais

se o muro é pintado de verde

não sei se ainda quero ver-te

neste país do carnaval

 

lírico demais

se os planos são enganos

para mim tanto faz

as perdas e os danos

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

se o poeta é um anjo torto

a tarde já nos traz

o corpo de um outro morto

 

agora não se fala mais

toda palavra é uma cilada

o início pode ser o fim

do começo que não deu em nada

 

eu sou como sou: vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim

 

nada de  mais

se quiserem roer o osso

já não estou nem aí

como geleia até o pescoço

 

nada de mais

se a palavra é precipício

o que fica tanto faz

a poesia já não corre risco

 

Herbert Valente de Oliveira

leia mais no blog

https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/


Santa Paciência  - Casa Criativa

 5 Anos – 5 anos de um espaço fundamental para a cultura alternativa da cidade. Dia 16 de março estaremos lá para festejar - Rua Barão de Miracema, 81 - Campos dos Goytacazes-RJ

 

Tive o imenso privilégio de contribuir com a programação cultural da casa com minha exposição de Poesia Visual. Parabéns, Artur, por movimentarem esse espaço em que a arte vibra livre e o verso pulsa a verve!

 Tchello d`Barros


 Da série POEsiA NEssA HorA

 A VIDA É UM ADVÉRBIO

                   DE LUGAR

 

 ‘Quisera um texto simples

como se manhã servida

com gosto de pão fresco.

Como janelas que se oferecem

à paisagem ou, se ficção,

ao seu reflexo.

Quisera palavras cruas,

feito casa só no osso

e cal nas paredes.

Algo que na versão final

tenha o rascunho

da cópia posta no cesto.

Quisera um texto simples

que traficasse afetos

na leitura de poemas.

Feito a matéria dos sonhos

que inesperadamente

                                  se encontram

em um bar de Santa Teresa.

 

MARCUS VINÍCIUS QUIROGA, no 📖 livro ‘ Coletânea  Terça

ConVerso ‘, 5475 Dias de Poesia,

do Grupo Poesia Simplesmente


                     Da série POEsiA NEssA HorA

 

                  L I M I T E

 

      A palavra

      o conceito

      o enigma

      é o que intriga

 

             trabalhar com a filigrana

             andar na corda bamba

             tecer com fino fio

             as incertezas da vida

 

                             estar no limiar

                             humano / animal

                             pecado / virtude

                             moral / imoral

 

     quero e não posso

     me traio, me troco,me tranco

 

vez ou outra não aguento

salto fora da muralha

 

                     e me corto toda

                     no fio da navalha

 

               do espetáculo

 FIOS DIVERSOS-1999

 

LAURA ESTEVES, no 📖  livro

‘Poesia Simplesmente 10 anos’

2008 🌬👀👣💋💥🗡💔🏃‍♀

💟 SRC


Da série POesiA NessA 

                                      HorA⁉️


               O   P O E M A


O poema não deve ser

                                 prisioneiro 

     das páginas de um livro 

e nem ficar pegando poeira 

                    numa prateleira.

O poema tem vida própria 

     e uma história maior

                          a ser contada.

Deve ficar guardado 

                             na memória,

lembrado e repetido de cor.

Ah, imagino quanta alegria 

              a sua ser ouvido 

nos momentos de luta 

                               e de euforia 

    na voz do povo nas ruas.

Na cantoria de um vendedor 

                                  de feira,

escrito no quadro-negro 

   de uma escola da periferia,

declamado por uma doce

                  e ingênua colegial,

se ver estampado,

               em meio às notícias,

    na página de um jornal.

De mão em mão, passar

       de uma a outra geração 

 e para todo o sempre

                            ser lembrado.

      O poema sonha 

                       em ser amado.

 

             L A   P O E S I A


La poesia non dev’essere 

                                prigioniera

delle pagine di un libro 

  e né prendere la polvere 

                      su uno scaffale.

La poesia ha una vita 

                                   propria 

  e una storia più grande 

                       da raccontare.

Deve essere conservata 

                        nella memoria,

  ricordata e ripetuta

                                 a memoria.

Ah, immagino quanta gioia 

    la sua essere ascoltata nei

momenti di lotta ed euforia

  con la voce della gente 

                              nelle strade.

Nel canto di un venditore

                                 ambulante,

 scritta sulla lavagna 

    di una scuola di periferia,

declamata da una dolce 

        e ingenua studentessa,

vederti stampata,

                           tra le notizie,

 su una pagina di giornale.

     Di mano in mano, passare 

 da una generazione all’altra

     e per sempre essere 

                                   ricordata.

       La poesia sogna 

                     di essere amata.


 SILVIO RIBEIRO DE CASTRO

            em ‘FLORILÉGIO,

 2a. Antologia poética 2020

ARTE  🎨  -   O Flautista, de       Alice Vinagre,  na  revista

      ITÁLIAMIGA 2020 📚

 💟 SRC ✍️

viva a liara do delírio antropofágica paulista metendo a língua na linguagem os bordéis de copacabana

                                              Artur Gomes 

https://fulinaimagens.blogspot.com/


mulher/mulher 


fosse essa mulher

esta cidade

mesmo não fosse

assim seria

 av paulista domingo

a tarde

 pacaembu parque do Ibirapuera

higienópolis Itaquera

amor de índio em plena primavera

fosse essa mulher

esta cidade

braz praça da sé

paraíso liberdade

o amor inda não feito

agora em nós então faria

estação da luz

museu da língua portuguesa

com tua sensibilidade

com toda     delicadeza

 

Artur Fulinaíma

https://arturkabrunco.blogspot.com/


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

a mulher que goza assistindo futebol

 

a mulher que goza assistindo futebol

 

minha irina é foda serafina januária vascaína goza sempre assistindo futebol na televisão do vizinho da esquina quando o coito atinge o ponto g geme urra berra em desatinado alvoroço e peço calma não grite mas ela grita: - é gol de roberto dinamite!

 

Pastor de Andrade – o Antropófago

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https://arturgumes.blogspot.com/


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

êxtase

 

                                    êxtase

deixa eu pousar

pelo animal ereto

pulsando em tua boca

meu amor contrário às leis

 

expondo a fúria

do coração em festa

na vitalidade

da sua pulsação

 

quando aninhar meu falo

em tua língua tesa

pondo a linha do horizonte

presa

na plenitude da ejaculação

 

Artur Gomes

Suor & Cio – MVPB Edições – 1985

                         www.secretasjuras.blogspot.com


maria boca de poesia

 

MARIA BOCA DE POESIA

(Para o avatar, Artur Gomes)

Retirem as crianças da rua,
vai passar a Poesia despudorada,
desencarnada, é só osso luminoso e ofício,
a que não domina sua língua de fogo,
navalha flamejante.


Vai descer a avenida central,
se benzer na catedral,
insana matrona
de filhos mortos
dos dilacerantes abortos
em nome do pai que sumiu.


Freme os quadris
como se fizesse sexo grupal,
ao sol da via pública.


Potra,
pútrida,
puta,
contudo, é Poesia seminal.
Literatura do caos.


Sua risada estrala,
parece taça de vidro
jogada contra o mármore
do altar-mor.


Riso que revela dentes de animal,
dissolvida pastilha de sonrisal,
grossa espuma no canto da boca,
que avisa a hora do vômito,
alerta indômito
da praga rouca:
- aos que roubam nossa saúde,
defuntos no fundo do açude,
que violam a consciência das crianças,
e as deixam desmaiadas nas carteiras escolares,
tumulares.


cavaleiros da política,
guias da resignada cegueira
da grande malta servil,
desejo-lhes o grande inferno de Dante
e antes que me assassinem,
vão( à puta que lhes pariu!


(Fernando Leite Fernandes)

O teatro é o meu habitat natural.

para voar com tuas patas

               para voar com tuas patas

é preciso estar de fato

com o corpo em êxtase

e todo sangue em poesia

 

pois se não no teu impulso

e vôo pro grande sexo

sangrarás na virgindade

e morrerás de hemorragia

 

Artur Gomes

Suor & Cio – MVPB Edições – 1985


 

alguma estrela cadente

alguma estrela cadente

varreu o pó do meu sangue

beijou o chão dos meus olhos

e o fogo azul deste mar

 

em grave e cruel desespero

igual corrente gadeia

com dente veloz de aflição

 

comeu a carne na poça

voou com os seios da moça

   e fez-se em constelação

 

Artur Gomes

Suor & Cio – MVPB Edições – 1985

www.secretasjuras.blogspot.com


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