sábado, 9 de agosto de 2025

nunca estibve em Bagdá mas adriana esteve

quem diria

filho de lavrador

e mãe analfabeta

um dia no brasil

ser chamado de poeta 

não me sigam não sou um
eu sou trezentos eu sou plural
estou nos meios nos terreiros nos centros eu sou o Zeus da Universal

nunca estive em Bagdá
mas adriana esteve


carnaval pra mim é vai que dá. estava voltando do desfile de blocos do Rio de Janeiro, no carnaval de 2005 e quando cheguei no apartamento em que estava hospedado em Botafogo, me deparei com uma mensagem no celular me convidando para dirigir um curso de Teatro em São Fidélis pela FAETEC.
foram 5 meses de encontros semanais com amigos e amigas que já faziam parte do grande rol de amizades que tenho naquela cidade. alguns ainda moradores da Cidade Poema, outros saíram para outras paragens, mas acabaram retornando a terra natal.
o carnaval a carnavalha nomes de musas que me perseguem de Dante a Chico Buarque todas todos os poetas já cantaram seu nomes e tem um que me acompanha desde a infância ainda na cacomanga, como também essa cicatriz que continua cravada na carne nos nervos como se fosse esfinge clarice/beatriz.

Artur Gomes
https://arturkabrunco.blogspot.com/

Jura Não secreta
p/ paulo leminski

quando a ciranda de roda
atravessou minha rua
com teus fogos de artifícios
pelos céus da tua boca

foi então que eu quis a lua
e disse então sem sabê-la
antes que ela me visse

e neste dia eu vi Alice
quando então ela me disse:

- foi neste chão que eu fiz Estrela
 

Artur Gomes

www.porradalirica.blogspot.com

sombras na parede as vezes me invocam falas delírios outros nem precisa tapa na pantera muitas vezes uma doze de conhac basta como quando editávamos o curta tropicalirismo Jiddu me colocou na mala da fama foquei lá e até hoje não achei outro endereço minha cama tem colchão de palha e a tua tem lençóis que não conheço

Primeiro de uma série está no AR - é só clicar no link baixar e navegar pelo coração do mato dentro - Gratidão mais uma vez ao grande amigo e parceiro Jiddu Saldanha, amizade e parceria que começou quando nos conhecemos em 1992 quando ele estava chegando de Curitiba no Rio de Janeiro.
Novo e-Books, esse eu fiz para o Artur Gomes, o poeta mais escrachado da geração 1970!

Acompanho a trajetória desse poeta a pelo menos 30 anos. Fizemos um e-Book arqueológico, o leitor vai garimpar seu vasto mundo na internet...

 http://bit.ly/PoemasParaTodasAsHoras

 
suspenso

no Ar
não penso
atravesso
o portão da tua casa
o corpo em fogo
a carne em brasa
tudo arde
nas cinzas das horas
no silêncio da tarde
vou entrando sem alarde
sem comício
como o pássaro
que acaba de cantar
em pleno hospício

você pensa que escrevo em rua reta ou estrada sinuosa para você poesia é verso do inverso ou avesso de uma prosa? escrevi pscanalítica 67 em mil novecentos e sessenta e sete numa madrugada de setembro outubro quando visitei meu pai no henrique roxo e vi vespasiano contra a parede dando cabeçadas no manicômio mais uma vida exterminada e no fim das contas noves fora nada tudo o que eu queria dizer naquela hora explode agora quando atravesso o portão da tua casa o corpo em fogo a carne em brasa sem pensar estética estrutura estilo de linguagem sinto o desejo entre os teus mamilos a espera do beijo da esfinge que devora

Artur Gomes

PoÉticas ArturiAnas
https://www.facebook.com/arturgomespoeta 


ainda existe uma mulher
que me distorce o crâneo
me disseca e me atraca
quando chego ao cais
com esse barco em movimento
essa carcaça de lâminas e ossos
um mulher que me estica o plumo
e me deixa arame farpado
a ponto de me sangrar os dedos

poética 58

se a negritude ameríndia
do meu canto
lhe causa desconforto
insana criatura
não se assuste com essa química
isso se chama Sagaranagens Fulinaímicas
meu girassol de metáforas
meu caldeirão de misturas

Tropicalirismo

girassóis pousando
NU - teu corpo festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva
de saliva doce

ando
tão tenso
nesse tempo
estático

Zeus me livre

Zeus me livre
dessa trágica comédia brasiliense
prefiro o nonsense - a patafísica
o teatro do absurdo de Ionesco, Arrabal
Fando e Liz, A Cantora Careca
As Cadeiras, A lição, Rinoceronte

As Mortes do Tanussi
me removem cicatrizes
como dias mais felizes¿
se Belo Horizonte chora
a morte de 56 mineiros
e o Espírito Santo também chora
os corpos soterrados pela lama
essa tragédia social

os 270 mortos em Brumadinho
mostram que no brazyl
há muita lama no meio do caminho

nas poéticas de Federico Baudelaire é foda-se quem quiser, as tragédias sempre estão presentes, sociais, humanas, políticas, reais ou su-reais. com os rasgos das mortalhas ele tece os carnavais, os atalhos, os becos, as vielas até mesmo os não canaviais.


Meu blog juras-secretas - no blogspot. com - foi denunciado no face por abuso aos padrões de segurança desse sistema - até quando viveremos tempos como esse em que pessoas completamente desprovidas de conhecimento, podem determinar o que se cabe ou não cabe ser divulgado em uma plataforma digital? O que está postado no blog são poemas do livro, e o erotismo de alguns, com certeza mexe com a libido dessas dar-mares evangélicas recatadas de araque que só trepam com jesus na goiabeira. Para quem quiser conferir deixo a dica aí em cima do link é só juntar e navegar, e boa viagem ao coração do mato dentro.


Artur Gomes –

Pátria A(r)mada

www.arturfulinaima.blogspot.com

IndGesta

uma caneta pelo amor de deus
uma máquina de escrever
uma câmera por favor
quero um computador
nem que seja pós moderno

vamos fazer um filme
vamos criar um filho
deixa eu amar a lídia
que a mediocridade
dessa idade mídia
não coca cola mais
nem aqui nem no inferno

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020

www.secretasjuras.blogspot.com



 Prezado escritor Artur Gomes,


A Diretoria da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro envia, em anexo a este, o certificado de premiação e convida para a reunião virtual que será realizada no dia 23 de Outubro às 16 h.

Atenciosamente,

Euridice Hespanhol
Diretoria social da UBE/RJ

O Poeta Enquanto Coisa

Disponível para compra no site www.editorapenalux.com.br

SINOPSE: Depois das excitadas e excitantes Juras secretas, de 2018, o poeta e artista multimídia Artur Gomes volta a tornar pública sua jura de amor e fidelidade ao arcaico deus Dionísio em “O poeta enquanto coisa” [...] Comparece ao ethos deste livro a mesma embriaguez fulinaímica de sempre: a que toma, mediante o delírio atento frente aos passos obtusos do ser e estar das gentes, cada palavra como taça, vinho tinto e uma tinta capaz de, em contrapartida, rogar lúcida a passagem dilacerada do humano pelas páginas turvas do mundo. [...] Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas. [...] Não apenas o corpo do homem, da mulher, se sensualiza e se sexualiza sob a força cósmica de Eros. [...] Nessa porosidade, o poeta se entende permeável a coisas e pessoas (a pessoas já misturadas às coisas, a pessoas já coisas) [...] Também por isso, por essa poesia de tamanho contato, fricção, a relação com a língua se confirma erotizada e – vale dizer – tanto a língua física quanto a verbal, o que equivale a dizer que escrita e oralidade se reencontram no poeta: a sofisticação da escritura literária não perde (pelo contrário, potencializa) a dimensão primigênia do poeta como cantor, como ator “na divina língua de Baco”. [...] Artur Gomes ouve o canto da sereia em sua cama, livro, divã, [...] se obstina pela ideia de confissão, mas de uma confissão dionisíaca [...] preferindo um louvor a Dionísio a um Deus que não sabe dançar, que não sabe gozar, na liturgia de uma poesia que roga.

Trechos do prefácio de Igor Fagundes

Projeto Arte Cultura Oficinas
Festival Cine Vídeo De Poesia Falada

De alguma forma, Valdir Rocha é também responsável pela realização dessa Mostra, pois foi ele quem me colocou em contato com o Antônio Cunha, para autorizá-lo a gravar o meu Indgesta, poema do livro Pátria A(r)mada – Editora Desconcertos – 2019. Quando vi pela primeira vez o vídeo, a emoção bateu forte. E daí, comecei a acompanhar de perto a produção da Série Outros Autores, e a cada interpretação do Antônio, o coração saltava mais alto. Como a ideia do Projeto Arte Cultura Oficinas já estava em andamento, acrescentei entre as suas atividades a Mostra Cine Vídeo De Poesia Falada para mim uma das melhoras formas para divulgação poética. Quero deixar público, mês agradecimentos ao Valdir Rocha, por esse contato maravilho, ao Antônio Cunha, por ter permitido seus vídeos na Mostra, ao parceiro Tchelo d´Barros, pela criação da Arte do Cartaz, e a todos os poetas que compõem essa Primeira Mostra que se estenderá até o dia 15 de dezembro.

Artur Gomes
Studio Fulinaíma Produção Audiovisual
https://www.facebook.com/studiofulinaima
 

Mar que as vezes vem
mar que as vezes vai
Mar quando vem
me entra e fica
e quando vai
de dentro de mim não sai

Artur Gomes

www.fulinaimicamente.blogspot.com

faço a minha parte
o que ninguém faz não me interessa
eu tenho pressa

tragédia infame

empresto minha voz aos deserdados os desnutridos
os que não tem pela manhã café com pão
e sobre a mesa no almoço nem mesa
nem carne seca com farinha

espinha de peixe na garganta
é o que sobrou pra curuminha

empresto meu corpo minha voz
a esses personagens
os que tem sede os que tem fome
ou os que morrem assassinados

nos guetos nos campos nas cidades
por balas de fuzil está fudido o brasil
entregue as traças então me resta
exterminar o nome o sobrenome o apelido
do causador dessa desgraça

Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca :
Deus Não Joga Dados

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/


ofício de poeta

franzir a noite
é o mesmo que bordar o dia
costuro o tempo
com linhas de pesar moinhos de vento
entre o franzido e o bordado
escrevo desenredos
e vou foto.grafando
filmando poesia
na solidão dos meus enredos

Artur Gomes

E a viagem antropomágica continua
venha viajar com cine vídeo poesia
Fulinaíma MultiProjetos
KINO3 – Studio Fulinaíma Produção Audiovisual
https://www.facebook.com/studiofulinaima 

aquário
 
quando a polícia chegou
ela estava na sala
sentada no sofá
a boca arreganhada
a dor arredando-se troppo tarde

o gato miava

o olhar preso no tempo
ignorava a janela aberta
temporal relâmpagos ventania
ana maria braga na tevê
contas vencidas no chão

o gato miava

havia sangue por todo canto
e o sorriso estava no fundo:
abaixo do peixinho vermelho
seus 32 dentes de porcelana
trovejavam impecáveis

o gato miava

 

sil guimarães

[ imagem meus gatos lola & barthô ]

O demiurgo


do vírus

nova ordem virá

o humano

demasiado humano

continuará


César Augusto de Carvalho 


              POEMA XXII

 

Os amantes

não são eternos.

Disse-me uma mulher

que traía sua companheira.

São como as calçadas

e as casas de cavalo.

São como

as lâmpadas fluorescentes

e os copos de vidro.

Nunca ousamos dizer:

lealdade no deserto de dedos!

Disse-me uma mulher

que traía sua companheira:

Olha as águas

do rio sonolento.

Observa se nele

vivem pescadores embriagados.

Vê se respiram

fogueira com aroma de cravo.

Os amantes não são eternos.

Disse-me uma mulher

quando se dobrava em mim.

 

Celso de Alencar

Publicado no livro SETE, 2001- Vinte e cinco xilogravuras do artista plástico Valdir Rocha e vinte e cinco poemas de Celso de Alencar


A METAFÍSICA IMPUNE

eis a metafísica impune

nas escamas dos peixes

que saltam nas redes

reluzindo o resto de negrume

da noite que fugaz se evade:

 

Ademir Demarchi

Pirão de Sereia

Realejo Edições - 2012


Jura Secreta 45

fulinaimagem

 

1

por enquanto

vou te amar assim em segredo

como se o sagrado fosse

o maior dos pecados originais

e minha língua fosse

só furor dos Canibais

e essa lua mansa fosse faca

a afiar os versos que inda não fiz

e as brigas de amor que nunca quis

mesmo quando o projeto

aponta outra direção embaixo do nariz

e é mais concreto

que a argamassa do abstrato

por enquanto vou te amar assim

admirando teu retrato

enquanto penso minha idade

e o que trago da cidade

embaixo as solas dos sapatos

 

2

o que trago

embaixo as solas dos sapatos é fato

bagana acesa

sobra do cigarro é sarro

dentro do carro

ainda ouço Jimmi Hendrix

quando quero

dancei bolero

sampleAndo rock and roll

prá colher lírios

há que se por o pé na lama

a seda pura foto-síntese do papel

tem Flor de Lótus nos bordéis Copacabana

procuro um mix da guitarra de Santanna

com os espinhos da Rosa de Noel


Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018

imagem: Felipe Stefani

www.secretasjuras.blospot.com


essa costela arrancada
suja de dor & mel


" Ao abismo caímos
e não era voo aquilo "

Ludwig Zeller


eu faço
porque faço
como se fácil fosse

como se eu
fosse um
fosso fértil
fogo - fátuo

um filho
do farto idílio
ou
do fausto desígnio

( oito mil
olhos mortos
me olham oblíquos )

eu faço
porque se não faço
a língua seca
como se lírio fosse

como se
fosse um
fato fútil
feto fosco
fonte falsa
ou uma
folha solta
salto falho

( urubus passeiam
sobre sete encantadores
assombros
e sobre seis avenidas
selvagens
cinco silêncios supersônicos
trafegam trêmulos )

eu faço
porque faço
como se festa fosse

como se eu
fosse um
filisteu filósofo
filipino andrógino
paladino erótico
girassol perplexo
vestígio herético

( &
oito mil
olhos

se abrem
ébrios

se calam
mortos )

garbo gomes
( texto)

Valdir Rocha

( Arte)



cato cacos de azuis

nos alumínios

em cada mínimo

que vejo  azulejo

 

Federico Baudelaire

https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/



E como a máquina marcasse o meu desejo

e minha mão latente se perdesse

no ato frio que a vida emana

 

só pude ver um rosto inacabado

e uma entranha mais q se pusesse

no rastro do entorno já perdido

 

no fogo q arrebenta uma pupila

que só dardeja na noite do teu ventre

e num somenos acaba de apagar.

 

Romério Rômulo

A máquina do mundo pós-Drummond)


sua língua

          na minha

                     corpo

                              todo

                                                caminha

 

Dinovaldo Giliolli

  

ainda que hoje não fosse

o dia que queremos

é carnaval

é carNAvalha

navalha na carne

carne na navalha

despir os panos

pensar os planos

soltar o berro

e ferro na boneca

que ninguém é de ferro

 

Artur Gomes Fulinaíma

https://braziliricapereira.blogspot.com/

Jura Secreta 32
fosse apenas o que já foi dito
escrito falado pensado
não fosse tudo o que já foi maldito
e nada do que nunca foi sagrado
falo em tua boca enquanto em transe
um anjo me ilumina tanto
que mesmo mudo em tua língua canto
como um diabo que subindo aos céus
tentou muito mais de uma vez
quem sabe Gregório ou quem sabe Castro
descendo aos infernos como sempre fez
talvez Camões no corpo de um astro
me lance a infinita chama da pornô Gráfica lucidez
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux – 2018

www.secretasjuras.blogspot.com

Ente/Vistas

 

Concedendo entrevista ontem 15 de agosto 2025 a Raphael Fuly, licenciando em música no IFF Guarus, sobre a minha trajetória com Arte dentro da ETFC/CEFET/IFF, de 1968 a 2012. Raphael é orientando pela queridíssima amiga  Beth Rocha, parceira de grandes espetáculo de Teatro Musical que montamos no CEFET/IIF a partir de 1997, tais como “O Dia Em Que A Federal Soltou a Voz e Criou  Um Coro de 67 Vertebrados”, espetáculo que foi apresentado em 1997 no Auditório Miguel Ramalho, marcando a chegada  de Beth no CEFET/Campos e o meu retorno de uma licença prêmio para coordenar a Oficina de Artes Cênicas, que criei em 1975.

A entrevista foi realizada no Casarão - Centro Cultural, na Rua Salvador Correia, 171. Raphael Fuly, é integrande de uma banda formada por estudantes de música no IFF, contemplada em edital na lei Aldir Blanc, dia 22 deste a banda estará se apresentando no Museu Histórico de Campos, e um dos integrantes da mesma, Pablo Vinícius, que em 2022 participou do meu Projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, me pediu licença para nomear  a banda com o nome Balbúrdia PoÉtica, o que imediatamente autorizei, e no dia 22 pretendo batizá-la tornado-a minha afilhada.

Como bem disse lá pelos idos de 2005, quando fui contemplado no projeto Poesia Na Idade Mídia – Outros Bárbaros, de Ademir Assunção realizado no Itaú Cultural São Paulo, no poema VeraCidade: - por quê trancar as portas/tentar proibir as entradas/se eu já habito os teus 5 sentidos/e as janelas estão escancaradas.

* 

VeraCidade

 

por quê trancar as portas

tentar proibir as entradas

se já habito os teus cinco sentidos

e as janelas estão escancaradas ?

 

um beija flor risca no espaço

algumas letras de um alfabeto grego

signo de comunicação indecifrável

eu tenho fome de terra

e esse asfalto sob a sola dos meus pés

agulha nos meus dedos

 

quando piso na Augusta

o poema dá um tapa na cara da Paulista

 

flutuar na zona do perigo

entre o real e o imaginário

João Guimarães Rosa

Caio Prado

Martins Fontes

um bacanal de ruas tortas

 

eu não sou flor que se cheire

nem mofo de língua morta

o correto deixei na Cacomanga

matagal onde nasci

 

com os seus dentes de concreto

São Paulo é quem me devora

e selvagem devolvo a dentada

na carne da rua Aurora

 

Obs.: em 2023 quando fui convidado por Sylvia Paes, para voltar a prestar serviços na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, escrevi o projeto Campos VeraCidade, que até hoje está engavetado, porque não há interesse na gestão pública da cidade, em fomentar um projeto de Arte Cultura, que reflita profundamente sobre a cidade, no que ela foi, o que ela é e o que ela pode ser. 

*

Leia mais no blog

Artur Gomes A Biografia de Um Poeta Absurdo

https://fulinaimargem.blogspot.com/

As fotos são de Nilson Siqueira

Artur Gomes

77 anos de vida

 52 de Poesia Viva

Dia 27 de agosto 20h

Carioca Bar –Rua Francisca Carvalho de Azevedo 17 - Parque São Caetano

Próximo ao Colégio Estadual João Pessoa – Campos dos Goytacazes-RJ

Dia 11 de outubro  18h

Casa AmarElinha – Itaipu – Niterói-RJ

 

1º de Abril

 

telefonaram-me

avisando-me que vinhas

 

na noite uma estrela

ainda brigava

           contra a escuridão

na rua

sob patas

tomavam homens indefesos

 

esperei-te 20 anos

até hoje não vieste à minha porta

 

- foi um puta golpe!

 

Artur Gomes

A Biografia de um poeta Absurdo

https://fulinaimargem.blogspot.com/

                Balbúrdia Poética

Artur Gomes in Pessoa

nesta segunda 11 de agosto 15:30h

no C. E. Nilo Peçanha -

Campos dos Goytacazes-RJ

 

Itabapoana Pedra Que Voa

 

dia desses sonhei com alquimia

ciência da transformação

na prova dos nove é alegria

o coração da pedra vira pássaro

e voa para outra dimensão

 

Artur Gomes

do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema - Litteralux 2025 

https://www.instagram.com/p/DNMMsUevmB7/

Dia 27 agosto – 20h

Carioca Bar – Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17 – Parque São Caetano – Campos dos Goytacazes-RJ

 

Goytacá Boy

 

musicado e cantado por Naiman

no CD fulinaíma sax blues poesia

2002

ando por São Paulo meio Araraquara

a pele índia do meu corpo

concha de sangue em tua veia

sangrada ao sol na carne clara

juntei meu goytacá teu guarani

tupy or not tupy

não foi a língua que ouvi

em tua boca caiçara

 

para falar para lamber para lembrar

da sua língua arco íris litoral

como colar de uiara

é que eu choro como a chuva curuminha

mineral da mais profunda

lágrima que mãe chorara

 

para roçar para provar para tocar

na sua pele urucum de carne e osso

a minha língua tara

sonha cumer do teu almoço

e ainda como um doido curuminha

a lamber o chão que restou da Guanabara

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

V(l)er mais no blog

https://arturgumes.blogspot.com/

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a poesia liberada de Artur Gomes - por Uilcon Pereira

           Jura secreta 18   te beijo vestida de nua somente a lua te espelha nesta lagoa vermelha porto alegre caís do porto barcos navios ...