Itabapoana pedra pássaro
não é mais a pedra que corre na água do rio
como borboleta já fez sua metamorfose
e ocupa outro espaço no futuro
não sei se Bom Jesus nem sei se São Francisco
me arrisco dizer que
grande é o serTão veredas
na terceira margem do rio
quando pesco um peixe sagarânico
que não vale nada nesse mercado de consumo
concreto é o abstrato da metáfora
que o professor de Market
nos deu ontem na primeira aula
para que tentássemos decifrar
nossos caminhos
na nuvem de fumaça que disfarça
a tempestade em nossos dias ?
Artur Gomes
09/08/2022
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ontem conversando com Zeus
olha só o que me disse
:
- àquela Eva
que me roubaste
em outras Eras
no Jardim de Bento
quero a devolução
- Sai prá lá Zeus não sou Adão
- mas tuas juras secretas
me veio criar tormentas
insandeceu as serpentes
mudou do vento as correntes
no mar inverteu marés
incendiou luas cheias
- que posso fazer
se tenho veneno nas veias?
tenho o sangue intoxicado
por tudo que bebo e como
aliás não és meu dono
pra me dar ordens do além
- posso não ser seu dono
mas sou que vos ilumina
te botei nas mãos a menina
pra te arder de paixão
deixar tua alma feminina
e dilacerar teu coração
- seu descarado bandido
deixa de conversa fiada
que a menina que vos fala
alinhavou meus desvelos
bebeu meu sangue na sala
e despertou do pesadelo
Artur Gomes
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Ainda morava em Itabira em 1987 quando Gabriel de La Puente me convidou para o Seminário – Brasil: Uma Cultura Em Questão, que foi realizado naquele mesmo ano, cidade paulistana de Batatais. Havia conhecido poucos meses atrás, em São Paulo, Carlos Careqa e Hélio Letes em um culto da Igreja da Salvação pela Graça, na Casa de Cultura Oswald de Andrade.
Em Batatais, Gabriel escafedeu-se, se intrometeu com uma noiva e teve que fugir da cidade. Ficamos eu, Uilcon Pereira, Ricrdo Prereira Lima, Guilherme Almeida Prado e Artur Gomes, entregues a decoração dos contos eróticos de Adalgisa, a ninfomaníaca mineira, que apareceu por Batatais, numa noite de trovoadas nos recintos do Copo Sujo, o bar mais frequentado da cidade.
Quando Batatais já era uma pedra que ficou no meio do caminho, me mandei pra Curitiba, e por lá foram 45 dias de convivência com o Hélio e com ele aprendendo as utilidades das coisas inúteis e aí pouco tempo depois logo em 1990 já morando em Ouro Preto me torno o Mestre-Sala da Mocidade Independente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta No Inconsciente Coletivo.
Federico Baudelaire
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A Traição Das Metáforas 2
Hoje amanheci como naquela madrugada no hotel Dalonder procurando a estudante de arquitetura que pintou poemas no cachorro louco da cidade alta. tenho desejos de bento vinho uva sua carne trêmula pelos anos de esperar outubros novembro outro na porta do hotel tuas costas nua a contra luz frente a janela metáforas de fogo incendiando nossos medos tua língua nua molhada de cerveja na mesa de sinuca o segredo escrito em poesia sagrado tempo em que te dizer podia sem que ele rasgasse a página onde o poema estava escrito.
Federico Baudelaire
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no coração de qualquer flor
você não vai cuspir na minha cara
e mastigar antropofagicamente
depois lhe disser o que sinto
e você me disser o que sente
por quê rasgou o couro do tambor
na hora de morrer?
não quis amar com medo de sofrer
como se o amor fosse apenas uma faca
cravada no coração de qualquer flor
federico baudelaire
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peguei o ton
da Jenifer Aniston
azul dos olhos de umas ostras
branco das espumas de Iemanjá
os mamilos da Rúbia Querubim
a mulher que Deus criou pra mim
nas águas desse mar de Iriri
a ponte entre a pele de sal pra se lamber
os Retalhos Imortais do SerAfim
e a carne de sol pra se comer
e a língua do céu pra se beijar
Federico Baudelaire
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Musa
que é musa
não tem vergonha de nada
escancara a cara no espelho
se desnuda pra fotografia
teu corpo camisa de vênus
a flor da pele irradia
rasgando a camisa de força
tua carne é só poesia
atentado poético
a hipocrisia aqui é muita
liberdade muito pouca
com meus dentes de navalha
vou rasgar a tua roupa
esse poema beijo/bomba
vai explodir na tua boca
Federico Baudelaire
no meio do caminho
a Carlos Drummond in Memória
na viagem de ida passageiros sonolentos
não perceberam de cara
o jogo de palavras que invento
mas na viagem de volta
em meio a alegria contagiante
percebemos que no DEPAC
tem um quarteto de poetas
os 4 cavaleiros da corte guardiões do apóscalipso
formado por Artur Gomes, Caio Valeriote
Paulo Roberto Cunha e Roberto Acruche
um deles é o bardo da cacomanga
muitos de seus recitais já assisti de camarote
mas não foi só essa a genial descoberta
sabemos que em cada janela aberta
se avista uma paisagem
e nesta incrível viagem
nas trilhas do m de cada mão
numa sacada soberana
do poder da criação
descobrimos que na SMEC
de São Francisco de Itabapoana
esse município encantador
tem um terceto de Carlos:
Carlos Alberto, Carlos Junior e Carlos Salvador
que para se tornar quarteto
precisa de um outro Carlos
e quem sabe um novo seguidor
de Carlos Drummond de Andrade
encontraremos pelas Escolas dessa visionária
cidade ?
mas no mesmo seio dessa vertiginosa viagem
ao invés do mineiro de Itabira
descobrimos que em Imburi
tem um Vanzinho galanteador
um orador de sonetos
que tem um sonho secreto
para uma amorosa conquista
com Viviane Teixeira Gomes
sua Vivi sempre na mira
a musa inspiradora
dona dos seus poemetos
e em seu delírios marotos
como desenhos de aquarela
promete jantares coloniais
iluminados por luz de velas
regadas a vinho galioto
mas se esquece o tal garoto
que a musa Vivi não é fácil
deixa sempre o poeta
beijando o branco do pergaminho
e como um poema Drummundano
pedra no meio do caminho
mais uma vez se não me engano
Vivi deixou o cantador do Imburi
seguir mais uma vez sozinho
Federico Baudelaire
Mestre Sala da Mocidade Independente de Padre Olivácio – A
Escola de Samba Oculta No Inconsciente Coletivo
Arte Digital - Ademir Antonio Bacca
no coração dos
boatos
agora que descobri ser o irmão
mais novo de Biúte vou morar nos telhados do Palácio Jaburu. Assim posso ver
todos os fantasmas que transitam nos corredores do Palácio depois da meia
noite. E pelas minhas contas são muitos, pelo menos 583 já vi passeando por
ali, numa orgia desenfreada de lavagem de roupa suja, apesar de todos estarem
travestidos de terno e gravata, não escondiam o mal cheiro que exalava de suas
caricaturas.
E já que a PF prendeu o ex-sinistro da educação pelos desvios de verba para o pastor terrivelmente evangélico, porque então que ela, a PF não prende o mandante, já que o ex-sinistro confessou desde março, que recebeu ordens do genopresidentecida para agradar com alguns milhões de reais os “cristãos do bem” pastores que fazem “arminhas” para um rebanho de idiotas, que se aglomeram em orações, em frente a postos de gasolina, sonhando que a PETROBRAS ouvindo suas preces vai abaixar o preço da gasosa. Cambada de imbecis, o preço do combustível no Brasil, é controlado pela PPI (Paridade de Preços de Importados), a blasfêmia criada pelo vampirotemer, quando assumiu a presidência depois do golpe de estado desferido na presidenta Dilma.
O Bardo da Cacomanga
volta aos palcos
E dessa forma indignado, saio de Itabira, Nossa Senhora
da Conceição do Mato Dentro, vou direto a Estação 353 em São Francisco de
Itabapoana, entrevistar o Bardo da Cacomanga que neste final de semana volta aos
palcos em Campos dos Goytacazes-RJ, com a Geleia Geral – Revirando a Tropicália –
dia 24 às 19h na Santa Paciência Casa Criativa e dia 25 na Intervenção Poética:
Viva Poesia Viva, a partir das 16h na Festa Junina no SESC Campos.
O Bardo da Cacomanga, está tão indignado quanto eu, ou
mais até, e quase tudo o que me confessou é
impublicável. Mas posso adiantar que na Geleia Geral, ele soltará o
verbo com poemas do Torquato Neto e Paulo Leminski, e estará acompanhando por
Beth Rocha ao piano.
Com as participações também do músico compositor e
cantor Reubes Pess e da cantora Macella Roza.
A Geleia Geral é uma reflexão sobre o centenário da
Semana de Arte Moderna de 1922 tendo como referências o Manifesto
Antropofágico de Oswald de Andrade e Macunaíma - o herói sem nenhum
caráter – de Mário de Andrade.
Federico Baldelaire
Em 28 – junho – 2022
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sagaraNAgens fulinaímicas
guima
meu mestre
guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste
da Hygia Ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta
ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais Sagaranas
a Morte em Vidas/Severinas
tal qual antropofagia
teu grande Sertão vou cumer
nem João Cabral Severino
nem Virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
ou da palavra o fazer
a ferramenta que afino
roubei do mestre Drummundo
que o diabo GiraMundo
é o Narciso do meu Ser
Artur Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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todo dia que não amanhece
anoitece
quem nunca leu sagaranagens
não pode dizer que me conhece
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 – whatsap
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